Consumer Trends Report 2023
O Consumer Trends Report analisa a evolução no comportamento dos consumidores de seguros e de fundos de pensões, identificando os riscos que podem emergir das novas tendências de mercado e que podem requerer ações específicas do ponto de vista da supervisão. A sua publicação procura também promover uma convergência na ação da supervisão, alicerçada na partilha de informação entre as diferentes Autoridades de supervisão.
O Consumer Trends Report 2023 foca, em particular, o impacto da inflação e do aumento do custo de vida nos produtos de seguros e de pensões, em especial na decisão do consumidor ao nível da aquisição e/ou renovação de contratos de seguro e na diminuição ou cessação de contribuições para produtos de pensões. A redução significativa do rendimento real disponível, resultante do aumento do custo de vida, leva alguns consumidores a dar prioridade a outras despesas em detrimento do pagamento de prémios de seguros (em Portugal, 21% no caso dos seguros de multirriscos habitação) ou da realização de contribuições voluntárias para fundos de pensões (22% em Portugal). O impacto da inflação traduz-se também numa possível desadequação das coberturas nos contratos de seguros dos ramos Não Vida, com situações de subseguro, devido ao aumento do custo de vários bens e serviços. Por último, verifica-se uma opção por franquias mais elevadas para fazer face ao aumento dos prémios na renovação dos contratos.
O relatório destaca também questões relacionadas com a relação custo-benefício (value for money) de alguns produtos de seguros, como é o caso de produtos de investimento e poupança, bem como do seguro de habitação e do seguro automóvel (excluindo a cobertura de responsabilidade civil automóvel). Na análise efetuada a este nível, destaca-se o facto de 75% dos consumidores europeus referir que considera que os seus seguros automóvel e multirriscos habitação oferecem uma boa relação custo-benefício.
Igualmente em destaque mantêm-se as questões relacionadas com os produtos com características de sustentabilidade. Registou-se um aumento no número de consumidores que já ouviram falar de produtos sustentáveis ou identificados como “verdes” (32%, face a 25% em 2022), ainda que numa percentagem elevada (44%) os inquiridos se mostrem céticos em relação às referências a características de sustentabilidade feitas pelos operadores.
O tema da digitalização é também analisado no relatório, observando-se, nos últimos anos, um crescimento da distribuição digital de seguros, com especial incidência nos ramos Não Vida, resultante de um maior recurso a tecnologias como a análise de texto e processamento de linguagem natural (análise de documentos, chatbots, machine learning). O impacto da digitalização é também analisado do ponto de vista da acessibilidade à informação, considerando 48% das autoridades nacionais de supervisão que é mais fácil obter informações e comparar produtos online, em vez de pessoalmente ou por telefone.
O relatório aborda ainda a temática da diversidade e inclusão, analisando aspetos relacionados com o tratamento justo e equitativo de consumidores pertencentes a grupos minoritários. Neste campo, foram identificadas lacunas na área dos seguros e dos fundos de pensões, relativas a um tratamento não adequado de consumidores com características que diferem de grupos mais amplos de consumidores e/ou tratamento injusto devido às suas características, riscos e problemas específicos.
Em anexo ao relatório encontra-se um mapa de riscos (Risk Heat Map) que pretende representar aqueles temas numa perspetiva do impacto e da materialidade associado a cada um deles.
Consulte o Consumer Trends Report 2023 aqui (disponível apenas em língua inglesa).
Consulte o Risk Heat Map aqui (disponível apenas em língua inglesa).
Consulte a ficha informativa do Eurobarómetro da EIOPA com os dados de Portugal aqui (disponível em língua portuguesa).